domingo, 27 de novembro de 2011

SOBRE O SEU MOVIMENTO, ESTUDANTE !

É natural que um estudante comum se sinta desencorajado de participar do Movimento Estudantil. A maior queixa que escutei até agora, usada inclusive como desculpa para não fazer nada, é que o ME não é capaz de nos representar plenamente. Apesar disso, percebi que os estudantes estão deixando de procurar as entidades (Grêmios Estudantis, Centros Academicos, Diretorios Centrais e entidades gerais) que deveria representa-los. Nunca vi tanta gente nova em assembléias e reuniões. Ainda assim eles, estudantes proativos, saem pouco contentes, dizendo que ainda nao se sentem parte, sujeito ou representados. Se isso fosse um discurso de poucas pessoas, não acharia necessário perdem tanto tempo com essa brochura, mas foi isso que eu mais escutei na ultima semana; e duvido que todas essas pessoas estão desistindo apenas por preguiça de participar de reuniões longas e/ou frequetes, assembleias massivas, etc.

Tendo frequentado grande parte dos encontros de estudantes da minha universidade (USP), e tendo participado do Grêmio Estudantil da minha escola (ETECAP), percebi que o ME não é apenas mérito da política repressora do REItor ou da DIRETORA; ou da falta de interesse dos estudantes, mas sim da falta da capacidade do movimento de se Renovar ...
O que acontece nas reuniões e assembleias é um grande teatro: monta-se sempre a mesma mesa, com a mesma gente, o mesmos gritos e a mesmas palavras de ordem; as questões apresentadas para alguns ou centenas de estudantes já foram decididas a revelia de sua vontade e são expostas de forma tendenciosa.
Apesar de hábeis em sua retórica, os estudantes que disputam a direção do movimento esquecem de algo muito importante. Agente não é burro.
Não eu não quero andar atrás do bandeira do SEU partido na NOSSA passeata. Não, não há consenso sobre as ideias de nossos pensadores. Não, eu não preciso de chamar de companheiro para fazer valer a minha opinião.

Convocar uma assembléia geral ao lado da ocupação de um prédio é descartar quase automaticamente a presença de quem é contra a ocupação. Marcar uma reunião para discutir uma Entidade, Campanha sem mais assuntou e pautas diversificadas é afastar pessoas que nao estão habituadas a conversar e agir para essa finalidade. 
Encerrar uma questão antes de se esgotar não é democratico, mesmo que o horário do fim da assembléia, ou renião, ja tenha se esgotado faz tempo. A respeito disso, não se pode dizer que acelere as decisões porque o teto está chegando. Se o tempo de fala fosse usado de forma responsavel, teriamos um movimento muito mais atuante e ninguem perderia o onibus pra casa.

O Movimento existe para que a sociedade concorde com nossa vontade de mudança, não para que os estudantes se encontrem para escutar o mesmo discurso armado, dito de trinta maneiras diferentes. Não podemos chegar com o pacotinho pronto para o estudante.. o pacote do debate, do papel, da cor e do nome, feita de maneira "sindicalizada", viciada... Não.
Precisamos renovar nossa cultura e concepção POLÍTICA. Afinal, o que é política? passar a conversar com cada estudante, cada jovem, cada cidadão no busão e na praça sem se cansar, até encontrar a resposta.


(Via - Felipe Machado)

Nenhum comentário:

Postar um comentário