leoa, morena suave
que voz soará pela sua pele lisa?
palavras, letras e fontes não soam nunca.
só soa saudade, e a saudade nunca consegue ser.
a essência não é perto dum corpo
passa-se os dedos, sente-se: isso é?
sibila a dor, o vazio; o dedo sente o sexo
mas não, isso tudo ainda não é nada.
Ramiro Rodrigues.
--
tinha cara de um conhecido,
mas um conhecido metamórfico.
tinha um cabelo conhecido,
um cabelo conhecido de vários amigos
e barba barbixa também
tinha jeito de quem ri por simpatia
de quem fica quieto, mas continua ali.
olhando
e tem jeito de quem não liga
não se importa, não implica
não que tenha uma vida dificil
a ponto de descabelar os cabelos
ja descabelados
mas tem jeito de que ja que é assim pra ser
então vamos ser tranquilo
vamos andar tranquilo, falar tranquilo
sorrir tranquilo.
a vida que se ocupe com todo o resto.
Raissa Leal
domingo, 23 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Viajantes
Foi numa estação de trem que eu descobri o quão ruim é se despedir, esse adeus com a certeza que em pouco tempo irá vê-la, aquele seu gosto ainda está em meus lábios.
Duas noite em máximo silêncio para cada um sentir o sexo do outro, duas noites de pura respiração para cada um notar o prazer do outro, duas noites para descobrir, ou tentar, mostrar o amor um pelo outro, por isso descobri que te amo da melhor forma possível, com a saudade logo após um adeus.
Agora aqui estou eu sentado num chão sujo, escutando uma banda de barbados, pensando em cada segundo com você e precisando do seu coração.O que eu não consigo entender é porque só agora que eu consegui chorar, é muita covardia de um homem não conseguir chorar na frente de quem ele ama, e você, eu amo.
Já to pensando como vai ser o próximo encontro, imagino te observando de longe com um sorriso no rosto... me esperando, imagino nossa próxima noite juntos, cheia de suor e calor e depois de tudo te abraçar mais uma vez e te encher de beijos. Não consigo parar toda essa imaginação, todo esse turbilhão de pensamento não fez pausa que eu só posso descrever em amor, a vontade de querer compartilhar tudo da minha vida com você.
Ainda vejo uma distância muito grande entre nós, mas ela não é emocional, é simplismente territorial. Sei que seu coração está junto ao meu, da mesma maneira que o seu está junto com o meu. Vamos ser mais um casal de viajantes, correndo pra se ver, se amar e voar.
Matheus Ramos
11/09/2012
Duas noite em máximo silêncio para cada um sentir o sexo do outro, duas noites de pura respiração para cada um notar o prazer do outro, duas noites para descobrir, ou tentar, mostrar o amor um pelo outro, por isso descobri que te amo da melhor forma possível, com a saudade logo após um adeus.
Agora aqui estou eu sentado num chão sujo, escutando uma banda de barbados, pensando em cada segundo com você e precisando do seu coração.O que eu não consigo entender é porque só agora que eu consegui chorar, é muita covardia de um homem não conseguir chorar na frente de quem ele ama, e você, eu amo.
Já to pensando como vai ser o próximo encontro, imagino te observando de longe com um sorriso no rosto... me esperando, imagino nossa próxima noite juntos, cheia de suor e calor e depois de tudo te abraçar mais uma vez e te encher de beijos. Não consigo parar toda essa imaginação, todo esse turbilhão de pensamento não fez pausa que eu só posso descrever em amor, a vontade de querer compartilhar tudo da minha vida com você.
Ainda vejo uma distância muito grande entre nós, mas ela não é emocional, é simplismente territorial. Sei que seu coração está junto ao meu, da mesma maneira que o seu está junto com o meu. Vamos ser mais um casal de viajantes, correndo pra se ver, se amar e voar.
Matheus Ramos
11/09/2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
só conseguia olhar até a pracinha, quando o verde acabava, e o muro concretizado surgia, eu ligeiramente virava meus olhos, ligeiro, para que ninguém no ônibus percebesse, como se eles se importassem.
mas para eu importava, importava disfarçadamente não olhar para a construção, como se não houvesse nenhum vínculo entre aquele lugar e eu. e meu passado.
não precisava olhar para saber que toda a estrutura havia mudado, muros ficando maiores, com cerca elétricas em cima, cores mortas de tintas baratas pintaram as novas grades, eu conseguia até imaginar os cadeados que as lacravam, transformando o mundo aqui fora uma realidade paralela, algo perigoso e proibido, como uma maça vermelha, e la dentro, nada, exceto pessoas, pequenas, crianças, estranhamente denominados alunos da escola estadual Julio de mesquita Pai! - por Deus, existia o filho também- aos meus olhos, prisioneiros. reclusos. vitimas de sua própria sociedade, sentenciados a uma vida melh
mas para eu importava, importava disfarçadamente não olhar para a construção, como se não houvesse nenhum vínculo entre aquele lugar e eu. e meu passado.
não precisava olhar para saber que toda a estrutura havia mudado, muros ficando maiores, com cerca elétricas em cima, cores mortas de tintas baratas pintaram as novas grades, eu conseguia até imaginar os cadeados que as lacravam, transformando o mundo aqui fora uma realidade paralela, algo perigoso e proibido, como uma maça vermelha, e la dentro, nada, exceto pessoas, pequenas, crianças, estranhamente denominados alunos da escola estadual Julio de mesquita Pai! - por Deus, existia o filho também- aos meus olhos, prisioneiros. reclusos. vitimas de sua própria sociedade, sentenciados a uma vida melh
or. . . lá não se aprende a ser feliz, e amar é proibido também, e também é proibido correr, pois o certo lá é aprender sentado, estático. parado. só te resta revoltar-se perante seus parceiros, extravasar todas as regras enfiadas em suas cabeças, -através de processos mecânicos, nova tecnologia- secretamente, eu torço para o dia em que eles juntem suas revoltas e se virem contra seus dominantes, mas apenas secretamente eu torço, pois alguém aqui pode ouvir.
e é assim que eu vejo, aquele monumento doente, mas forte. é assim que eu,- fugitiva daquele lugar, desertora primária, mais uma revoltada- quando passo de ônibus, voltando para minha casa, na minha cidade amada, viro discretamente o rosto. não com vergonha, mas sim com medo, medo da força que aquilo está alcançando.
e é assim que eu vejo, aquele monumento doente, mas forte. é assim que eu,- fugitiva daquele lugar, desertora primária, mais uma revoltada- quando passo de ônibus, voltando para minha casa, na minha cidade amada, viro discretamente o rosto. não com vergonha, mas sim com medo, medo da força que aquilo está alcançando.
raissa leal
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